8 semanas e 2 dias…

… e o ultrassom mais emocionante de todos!

Como eu já tinha dito, estamos acompanhando com ultrassons semanais. A evolução de um pro outro é sempre impressionante, porque mesmo que a gente não consiga enxergar tão claramente todas as formas, a velocidade do crescimento é incrível! Por exemplo: com 7 semanas ele estava com 1,2 cm. Com 8 semanas ele já está com 2 cm.

Ontem foi emocionante demais porque assim que a técnica introduziu o aparelho transvaginal, ele apareceu na tela se mexendo muito! Como pode um serzinho tão pequeno, que mal tem os membros formados, balançar as perninhas e bracinhos tanto assim? Foi de morrer!

Saí da consulta super feliz, porque no dia em que fiz 7 semanas, tive um pequeno sangramento vermelho aguado. Corremos para o Pronto Socorro na maior angústia do mundo (eu tinha certeza que estava perdendo o bebê) e, para a nossa surpresa, estava tudo bem. Tudo ab-so-lu-ta-men-te normal. A médica do PS disse que 50% das grávidas simplesmente sangram. E isso não resulta em aborto. Não necessariamente.

Por um lado é um alívio ouvir isso. Por outro, na outra gestação os sangramentos que tive, querendo ou não, precederam um aborto. Mesmo sem nenhum descolamento. Mesmo com todos os ultrassons mostrando tudo ab-so-lu-ta-men-te normal.

Sendo assim, meu esforço reside em tentar deixar essa história de lado o máximo possível, mas é claro que ela ainda é muito viva dentro de mim. Por mais que esteja tudo aparentemente bem, o medo me acompanha todos os dias. Apalpo meus seios diversas vezes para me certificar que a gravidez está aqui, pois é essa sensibilidade que me liga ao bebê desde o início.

Hoje, com 8 semanas e 3 dias, peço a Deus que mantenha meus seios beeem doloridos (!) e que eu não veja mais uma gota de sangue sequer.


Aqui vai uma fotinho dele ontem. (Já comentei que não consigo imaginar outra coisa senão um menininho?) <3

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8 semanas e 2 dias…

Ausência de batimentos cardíacos

8 semanas e 4 dias. Acordei com um forte sangramento vermelho – bem diferente do sangue preto quase permanente na minha gestação. Esse foi um alerta de que algo errado estava acontecendo e por isso fomos correndo para o pronto socorro.

É… o que eu mais temia aconteceu: o coraçãozinho dele, pela primeira vez , não mais apareceu no ultrassom.

(pausa)

O último ultrassom tinha sido há 5 dias atrás e estava tudo certinho. Batimentos a 145 bpm, o embrião com 1,1 cm (mais que o dobro da semana anterior). Saco gestacional perfeitamente colado. Inclusive o suposto segundo saco gestacional não apareceu mais, o que naquele momento explicou o sangue preto e “craquelento” que saiu por tantos dias.

Hoje, apesar da ausência dos batimentos, o bebê (que há quatro dias tinha sido promovido a feto) já estava com 1,4 cm (3 mm maior que 5 dias atrás). Foi visível o quanto ele cresceu em poucos dias, até porque o formatinho de feto (e não mais de embrião) estava super bem desenhado.

Aguardamos o laudo e fomos direto pra médica. Ela disse que o saco gestacional estava com aspectos normais, ainda “infladinho”, (como se a morte do feto fosse realmente recente) e nenhum, nenhum sinal de descolamento ou qualquer motivação externa que poderia ter causado a não-evolução da gravidez. Inclusive ela acha estranho eu ter tido tanto sangramento,  porque normalmente o sangue se dá por um descolamento ou pela própria expulsão do feto/ embrião. No meu caso, fora a ausência de batimentos, ainda estava tudo lá, perfeitamente “coladinho”.

Conversamos sobre os próximos passos: aguardar que meu corpo naturalmente expulse ou partir para procedimentos como curetagem ou sucção, mas a verdade é que estou muito abalada para decidir qualquer coisa.

Além da dor da perda em si, é inevitável lembrar quanto tempo demoramos pra chegar até aqui e que engravidar de novo pode ser tão difícil e demorado.

Viemos para casa, me forcei a dormir a tarde inteira. Consegui com uma amiga um remédio que me faça dormir a noite, pois no momento estou chorando descontroladamente, sem conseguir pensar em absolutamente nada de bom.

Eu sei que tudo tem um porque, mas no momento nada me consola. Preciso colocar esse choro dolorido pra fora para, então, permitir que o sol entre novamente.

Ausência de batimentos cardíacos