15 semanas : Placenta Prévia

Escrevi o post de ontem (com 14 semanas e 7 dias) e, na madrugada em que completei 15 semanas acordei com um sangramento :(

Estava incomodada com a barriga dura/ contrações. Levantei pra ir ao banheiro e na hora de limpar: o tão temido sangue vermelho. Corremos para o Pronto Socorro.

Tudo bem com a bebê. Colo do útero normal. Mas, diferente do ultrassom feito ha 5 dias atrás, a placenta estava um pouco baixa.

O médico que me atendeu recomendou 7 dias de repouso + Utrogestan. Não soube falar muito sobre minhas contrações.

Mandei o laudo para meu médico , que me ligou logo cedo. Ele explicou que a placenta baixa com certeza foi o que causou o sangramento. No entanto, uma placenta baixa só é de fato uma questão após a 21ª semana. Que com menos que isso, um dia ela pode estar baixa, no outro alta. Que não representa perigo, que se trata de uma característica transitória, pois ela muito provavelmente vai subir junto com o crescimento do bebê.

Me recomendou Utrogestan 200 3x ao dia e pediu 48 horas de repouso a partir do ultimo sangramento. Se sangrar novamente, conta-se + 48 horas.

Fiquei mais tranquila com a questão da placenta, mas reforcei a questão das contrações, afinal eu estava acordada com aquele incômodo da barriga petrificada quando sangrei.

Ele repetiu que ficaria preocupado se o colo do útero não estivesse fechado. Mas o colo, graças a Deus, está normal. Pediu para eu voltar com o Buscopan de 6 em 6 horas e alegou que a combinação com o Utrogestan deve ajudar o útero a relaxar bastante. Caso não seja suficiente, ainda temos um outro remédio na manga: Inibina.

Estou aqui de repouso torcendo para que o sangramento não volte. E ficarei muito mais tranquila se as contrações desaparecerem também.

15 semanas : Placenta Prévia

14 semanas e… contrações???!

Tudo indo de vento em popa até que com 13 semanas e 7 dias tive uma experiência diferente:

Enquanto eu dormia, minha barriga inchou e ficou dura. Dura mesmo, que nem pedra. Levantei pra fazer xixi 4-5 vezes. Quase não dormi.

Achei que fosse normal, já que no dia seguinte foi o primeiro dia que a barriga estava parecendo mais de grávida (e menos de gordinha).

Noite seguinte: mesma coisa. Barriga enorme, redonda, dura. Muito incômodo e muitos xixis. Depois de acordar, voltou ao normal em alguns minutos.

Muito cansada das duas noites mal dormidas, resolvi buscar na internet: “barriga dura a noite na gravidez”. Achei que encontraria depoimentos de gravidas de primeira viagem contando sobre a barriga crescendo e, para minha surpresa, tudo o que achei foi: Contrações, Contrações, Contrações.

Me assustei. Muito.

Mandei mensagem pro meu médico contanto minhas sensações e falando sobre a pesquisa. Ele disse que pareciam ser contrações de crescimento (por conta do crescimento do bebê), mas que não deveriam durar a noite toda, nem me incomodar tanto. Perguntou se eu tinha tido alguma secreção ou dor. Eu disse que não. Receitou buscopan de 6h em 6h e pediu pra eu dar notícias no dia seguinte. Nesta noite eu dormi um pouco melhor. A barriga ficou mais dura que o normal, mas não tanto.

Acordei e fui trabalhar mais tranquila. Atenta, mas tranquila. Na parte da tarde a barriga inchou e petrificou novamente. Corri para o médico.

Fizemos um ultrassom para checar o colo do útero (que estava na medida normal, longe de qualquer risco) e o saco gestacional (que estava uniforme, sem nenhum “bico” – que seria um mal sinal, segundo ele). Na consulta minha barriga já estava normal, então ele não pode examinar as contrações em si. Mas pediu pra eu ficar tranquila, pois estava tudo 100% normal (como sempre).

Essa consulta foi na segunda. A barriga petrificou novamente na terça, durante toda a sessão de drenagem linfática. A moça que faz a drenagem em mim ficou bem impressionada. Hoje é sexta e fazem duas noites que durmo melhor. A barriga realmente fica mais dura a noite, mas não tem ficado petrificada. Hoje é o primeiro dia sem buscopan.

Amanhã completo 15 semanas. Confesso que estou com uma pulga atrás da orelha com estas contrações e por isso estou ultra atenta, é claro.

Mas acima de tudo eu sinto, do fundo da minha alma, que está tudo bem comigo e com minha pimpolha.

Quarta que vem é dia de consulta. Volto com notícias.

Se alguém tiver algo a dizer sobre barriga dura a noite, por favor, deixem comentários!

14 semanas e… contrações???!

a expulsão

Foram dois dias cheios de emoções. Tão cheios que ainda não consigo desmembrar um do outro, parece que foi tudo uma coisa só. Explico:

Apenas um dia após o ultrassom que revelou que nosso bebezinho não estava mais vivo, comecei a sentir fortes cólicas e o sangramento (que tinha começado no dia anterior) começou a ficar cada vez mais forte.

Escrevi para os médicos perguntando se poderia ser a expulsão e eles disseram que dificilmente, já que estava tudo tão coladinho no meu útero, conforme mostrou o ultrassom. Pediram para eu aguardar pelo menos 10 dias, que é a média de tempo que o corpo costuma reagir.

Pois é. Não foi bem assim.

As cólicas começaram a aumentar – como fortes contrações (de 0 a 10 eu diria que o nível da dor era 11). Mais ou menos de 5 em 5 minutos essas dores vinham intensamente por uns 30 segundos, depois aliviavam e eu tinha que mudar imediatamente de absorvente e calcinha.

Numa destas contrações, senti uma coisa mais sólida saindo de mim. Corri para o banheiro e estava lá um emaranhado de “restos humanos” envoltos por uma película. Minha mãe estava em casa comigo. Chamei ela até o banheiro e não tivemos dúvida que era o feto.

Imediatamente coloquei-o em um recipiente limpo e saímos correndo para um laboratório para deixar o material para análise de restos fetais.

(Num próximo post eu conto a saga do laboratório. Acredito que vale um post informativo sobre o não preparo dos profissionais para tal exame).

Minha mãe não dirige, então eu mesma fiz a loucura de ir dirigindo (tem horas que a gente simplesmente não pensa, impressionante). Lá no laboratório continuei tendo as mesmas contrações. Algumas vezes realmente muito fortes, de faltar o ar.

Quando a saga finalmente terminou, cheguei em casa (sozinha) e fui ao banheiro para me lavar e trocar o absorvente e me surpreendi com o que encontrei: meu pequeno bebezinho estava no absorvente, intacto e envolto pelo saco gestacional em perfeito estado. Senti todos os tipos de sentimentos ao mesmo tempo, mas minha obstinação em fazer o exame falou mais alto que todos eles: Liguei para uma amiga que estava a caminho de casa e pedi para que ela comprasse um pote de coleta para que voltássemos para o laboratório a tempo e eles enviarem a amostra correta.

Mais uma vez, durante todo o trajeto eu não chorei, não resmunguei. Foquei no que eu achava que deveria fazer até que desse certo. Mas, ao chegar em casa, desabei.

De tudo o que aconteceu nas últimas horas, olhar o material abortado, ironicamente, não foi dolorido como pensei que seria. O processo em si está sendo dolorido de um tanto, que ter visto meu bebezinho de perto, pelo menos uma única vez, foi  – de alguma forma – reconfortante.

Lembro que certa vez achei “loucura” quando soube que uma amiga que perdeu o bebê no sétimo mês de gestação quis segura-lo e passar alguns minutos com ele no colo antes que dessem entrada nos procedimentos de óbito. Isso me faz pensar o quão delicado é julgar o outro, porque nunca sabemos o que faríamos estando em sua pele.

Tenho aqui um respeito enorme por toda e qualquer reação humana, ainda mais quando se trata de vida ou de morte.

Para os curiosos, compartilho logo aqui abaixo a imagem do feto dentro do saco gestacional. Apesar da tristeza que envolve essa situação, essa imagem me faz pensar que a vida é mesmo coisa de Deus. Caso prefira não ver, basta não clicar no link “continuar lendo”

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a expulsão