31 semanas

Tudo anda tão bem, tão estável que tenho tido pouco assunto pra postar. “Problema” bom esse, não é mesmo? : )

A verdade é que este blog surgiu para dividir algumas complicações da gestação. Estava à procura de pessoas que tinham passado por algum problema parecido com o que eu estava passando. Mas, depois de percorridas mais algumas vias tortuosas, fui presenteada com uma gravidez muito tranquila!

Chegando no oitavo mês, o que posso dizer é que  todas as minhas idas ao médico tem sido recheadas de elogios. Cada ultrassom ou exame de sangue estão e estiveram absolutamente normais. Só coisa boa pra contar : )

Meu apetite depois do sétimo mês aumentou notavelmente, mas a balança não tem me condenado: até agora ganhei somente 7 quilos, dos 15 “autorizados” pela nutricionista.

Continuo com as injeções de Clexane diariamente. E, para não correr nenhum risco, meu médico vai me tratar como uma portadora de trombose até o final. Eu só o apoio.

(Aliás, vou preparar um post para falar sobre as restrições do parto quando se toma Clexane. Aguardem!)

Ontem fizemos um ultrassom mais detalhado no hospital (quase um morfológico do terceiro trimestre) e estava tudo, tudo lindo!  Liz já pesa 1.800 kg e mede 42 cm. Parece grandinha. Está viradinha de cabeça pra baixo desde as 29 semanas e sinto uma grande pressão na pelve desde então!

Começo, portanto, a sonhar com o parto normal. Tomando Clexane é necessário não só condições físicas, mas também um pouco de sorte (explicarei melhor no post sobre o parto X Clexane).

Apesar da barriga cada vez maior e dos xixis cada vez mais constantes, ainda tenho dormido bem. Ainda tenho tido uma boa disposição para o trabalho. Ainda tenho curtido estar bem ocupada, pois tenho a sensação de que se eu estivesse em casa, a ansiedade tomaria conta de mim.

Tenho procurado me preparar para a avalanche emocional que vamos atravessar. Tenho procurado estar perto dos amigos (porque sei que haverá uma fase de natural recolhimento). Tenho lido bastante sobre educação e amamentação. E tenho, acima de tudo, procurado reclamar menos e agradecer mais. Me permitir sentir a fundo cada fase dessa gravidez que eu tanto sonhei.

Coloco boas músicas para a Liz ouvir. Canto com meu coração. Converso com ela contando como o mundo aqui fora é legal, apesar de todas as dificuldades. E que eu prometo a ela, do fundo do meu coração, que jamais pouparemos esforços para florear e iluminar todos os seus caminhos. Que, no que depender de nós, sua vida trajetória será mais suave do que árdua. Mais alegre que triste. E cheia, cheia de boas recordações. <3

31 semanas

Uma nova tentativa

Como comentei no último post, meu aborto não teve uma razão aparente e compartilhei com meu médico a sensação de que talvez  eu tenha “mini-gestações” que não evoluem (e a última, por sua vez, foi a que mais evoluiu).

Ele pediu para conversarmos pessoalmente e lá fomos nós.

Falando de uma possível incompatibilidade:

Ele revisou meus exames genéticos (lista no final do post) e realmente estão todos sem alteração. Por este fato, não há necessidade do meu marido fazer os mesmos exames, apenas um deles chamado Cariótipo Banda G. A chance de dar alguma alteração é de apenas 3%, mas mesmo assim, preferimos pecar pelo excesso e não pela falta (ainda estamos aguardando o resultado).

Em relação a uma possível incompatibilidade sagüínea, é bem como eu suspeitava. Como temos o mesmo tipo sanguíneo (no caso A+), essa possibilidade também é descartada.

Contando que o Cariótipo dele dificilmente terá alteração, o que restou?

A possibilidade do meu corpo espontaneamente estar combatendo os embriões como se fosse um corpo estranho.

Por que isso aconteceria?

Não se sabe ao certo, mas um raciocínio válido é que hoje em dia ficamos tanto (mas taaaanto!) tempo evitando a gravidez que quando a gente finalmente libera, o corpo reconhece como algo estranho, algo que ele não deveria absorver.

O que podemos fazer caso isso esteja acontecendo?

Tem um remédio para trombose chamado enoxoparina sódica (comercialmente conhecido como Clexane ou Cutenox) que, supostamente, ajuda nosso sangue a não “encrencar” com este corpo desconhecido. Uma vez que ele “afina” o sangue e impede que ele “inflame”/ crie anticorpos para combater este corpo desconhecido.

Eu estava no 16º dia do ciclo – tínhamos transado dia sim, dia não – e por isso o médico sugeriu que a gente aplicasse a primeira dose lá mesmo, na tentativa de não perder as chances de sucesso deste ciclo.

E assim estamos agora com um novo remédio em mãos, que não necessariamente nos ajudará a engravidar, mas – caso a gente engravide, pode nos ajudar a manter a gravidez.

Será este o caminho? Será que estamos fazendo a coisa certa?

Estamos seguindo nosso coração e tentando todas as alternativas que estão ao nosso alcance. Além disso, fazendo qualquer coisa para não viver a dor de um aborto espontâneo novamente.

Fico feliz por ter um médico que me ouve, que ouve minha intuição. Que sabe o tamanho da dor de uma mulher na árdua tentativa de ser mãe. Um médico valoriza cada ciclo menstrual como se fosse o único. Que parte para a ação ao invés de falar: “relaxa!” (quer coisa mais irritante do que ouvir isso de alguém, ainda mais de um médico?)

E desta forma pretendemos manter os próximos meses: clexane + amor + sexo + pensamento positivo + acupuntura. E se a vida mandar uma dose de sorte, pode cair muito bem : )


Para quem está buscando informação, os exames genéticos que fiz foram:

Antitrombina III

Protrombina

Fator V de Leiden

Proteína C

Proteína S

Proteína S Funcional

Proteína S Livre

Pesquisa das mutações C677T e A1298C no gene MTHFR

Cariótipo Banda G

 

Uma nova tentativa