Voltamos no médico ontem e, como sempre, tivemos uma longa conversa.
A princípio o Dr. estava mais focado em “me consolar”, falar sobre a porcentagem de não sucesso da FIV, da porcentagem de não evolução pós positivo (nesse caso, 15%), que tenho uma ótima saúde, que tenho que animar e tentar de novo, bla bla bla.
E na verdade, mais do que consolo, eu estava muito focada em saber se havia algo mais que eu pudesse fazer ou investigar antes de uma nova tentativa. Que, sim, emocionalmente me sinto pronta para uma nova FIV, mas antes de tudo preciso me certificar se não há mais nenhum exame a ser feito MESMO. Se não há nenhum recurso adicional a ser utilizado MESMO. Pois não estou disposta a passar por todo este processo se algo estiver me atrapalhando e eu não estiver identificando o que é.
Naturalmente voltamos a minha suspeita dos meus “pequenos abortos” (que eu contei neste post aqui). Vale contar que este último, querendo ou não, também começou com um sangramento dias antes do ciclo – que depois se transformou num ciclo forte, fora do meu padrão.
Sendo assim, voltamos aos possíveis porquês do meu corpo supostamente não segurar uma gestação:
- Endometriose/ Endometrite – não tenho
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Útero/ Endométrios finos – não tenho
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Trombofilias comuns – todos os exames negativaram e mesmo assim estou tomando Clexane
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SAAF – só daria para diagnosticar a partir de um novo material abortado. Então, na dúvida, novamente entra o Clexane
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Alteração no Cariótipo G – eu e meu marido não temos
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Demais alterações genéticas – não tenho
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Incompatibilidade genética – eu e meu marido não temos
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Incompatibilidade sanguínea – eu e meu marido não temos
O que restou? Foi falta de sorte? Prefiro sempre lutar contra isso. Foi então, que ele me lançou uma nova sugestão:
Existe um procedimento chamado SCRATCHING (ou Injúria Endometrial). Uma técnica grega, totalmente empírica, que consiste em “arranhar” as paredes do útero dias antes da transferência do embrião, na intenção de que ele “reaja” e libere hormônios e enzimas que ajudam na implantação. Em outras palavras, força o endométrio a se tornar um ambiente mais receptivo a implantação.
Louco, né? Num primeiro momento até um pouco assustador.
Mas o Dr. me explicou que depois de muitos anos, hoje existe um estudo bem sério sobre o assunto e que analisa e comprova as altas taxas de sucesso. Além disso, ele próprio tem tido alta taxa de sucesso com suas pacientes com histórico de não sucesso em FIVs anteriores.
E aí lembrei que minha amiga que engravidou somente na sétima FIV (sé-ti-ma FIV, gente), exatamente quando fez este procedimento. E olha, ela tem um útero super complicado que não segurava embrião nenhum. Quando fez o Scratching, deu certo de primeira. E foi com o meu médico :)
Segundo ele não há contra-indicação: Se não me ajudar, mal não fará (nem a mim nem a gravidez) e nesse sentido eu confio muito nele.
Então batemos o martelo:
Ontem mesmo comecei com Prymogina (estradiol) 2mg – 3 x ao dia. Em 10 dias fazemos o Scratching (no consultório, sem nenhum custo adicional) e em mais 6 dias a transferência de mais 2 blastos.
O resultado sairá nada mais, nada menos que dia 24, véspera de Natal.
E que o Papai Noel esteja reservando este presente bem gordo pra gente. Hohoho.